terça-feira, 24 de maio de 2011

OS DESAFIOS DE UMA EDUCAÇÃO PARA O PENSAMENTO E PARA A CULTURA: o problema do livro didático



Nietzsche critica os estabelecimentos de ensino, argumentando que estes não formam o
estudante para o pensamento, mas que, vinculado ao Estado e seus objetivos utilitários de formação para o trabalho e a obediencia, busca formar o máximo de pessoas com um saber médio. No máximo, forma-se um erudito detentor dos conhecimentos de uma determinada ciência. A educação desses estabelecimentos não pode formar homens para um pensamento autêntico e livre, pois, vinculada ao Estado, não consegue ter um compromisso com a verdade, mas com objetivos politicos e ideológicos.

Vemos nossos estabelecimentos de ensino atuais nestas mesmas condições.
Seus objetivos são o de formação de profissionais e cidadãos cumpridores de regras. Com os olhos voltados para os nossos estabelecimentos de ensino queremos crer que a volta da filosofia para o ensino médio pode ser um momento de resistência a esta lógica de ensino. A sala de aula é um espaço de resistência onde, mesmo sendo um funcionário pago para servir aos interesses do Estado, o professor pode decidir o quê e para quê ensinar.

Um professor de filosofia compromissado com a formação filosófica dos seus alunos seria aquele que não abriria mão da filosofia na sala de aula, que oporia resistência a esta lógica de formação rápida para o mercado de trabalho. Recorrer aos clássicos, é isto que Nietzsche diz ser o primeiro passo para uma educação para o pensamento. Recorrer aos clássicos para se aprender a escrever e a falar a lingua materna, para aprender a organizar o próprio pensamento e, partindo daí, alcançar a autonomia de pensar por si próprio.

Diante do exposto, partimos da hipótese de que o livro didático de filosofia é um grande obstáculo para o acesso a este pensamento vivo dos clássicos. Os livros didáticos apresentam o pensamento dos filósofos como algo morto, que pertence ao passado histórico, uma superficial enciclopédia de sistemas filosóficos que nada têm a dizer sobre a vida e a existência do estudante. O objetivo deste trabalho é, então, problematizar a adoção do livro didático
como texto central na aula de filosofia.

Autor: Eduardo Ferraz Franco

O artigo completo pde ser lido pelo endereço: http://www.ceped.ueg.br/anais/ivedipe/pdfs/filosofia/co/233-494-1-SM.pdf

Artigo apresentado no IV EDIPE – Encontro Estadual de Didática e Prática de Ensino ‐ 2011

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